quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Quem é o atirador?

Uma semana da notícia publicada na edição semanal do jornal "O Mirante" sobre a acta do júri do concurso em que participou a chefe de gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Almeirim, este achou-se no direito de vir a público defender a sua funcionária. Se a lealdade funciona de um subalterno para com o seu superior hierárquico, o inverso também se deve aplicar. A lealdade deve ser recíproca. Mas, neste artigo, o presidente não defende só a sua chefe de gabinete; contra-ataca quem lhe está a fazer oposição interna, dizendo: "o alvo sou eu". E quem é o atirador?

Segundo o artigo, há mais que um atirador. É o vereador que se demitiu dos pelouros, "quando estavam em curso assuntos de muita responsabilidade na sua área de actuação" e, também, "um elemento com muitas responsabilidades na Assembleia Municipal" que andou a "tentar aliciar votos contra o Plano e Orçamento da Câmara antes da Sessão da Assembleia.".

Facilmente identificáveis, não? No entanto, e na minha modesta opinião, considero que existe um outro personagem nesta história, que age na sombra.

Ainda em "O Mirante", uma outra notícia dá conta do pedido do vereador Francisco Maurício para que se abra um processo de averiguações para saber quem forneceu a este jornal os documentos (ou cópia deles), nomeadamente a acta do concurso. Diz o jornalista que "os jornalistas têm acesso a todos os documentos da administração pública que não estejam em segredo de justiça". Desconheço se assim é, mas vou admitir que seja. De qualquer das formas, se eu fosse jornalista, haveria por certo assuntos de maior relevância que este. Quem é que se interessa por um concurso interno para provimento de três lugares de chefe de secção? A não ser que alguém, com acesso a esses documentos, passasse a informação e o que constava na acta do júri. E aí, sim, o jornalista cumpriu com o seu papel de investigação e de informar os seus leitores.
Esta sucessão de tristes e lamentáveis episódios fazem-me lembrar a peça de teatro de Shakespeare, Júlio César, o cônsul romano assassinado pelos que lhe eram mais próximos. "Até tu, Brutus?"

7 comentários:

Anónimo disse...

Caramba!!!
Isto é que é!
Quantos homens conhecem que defendem assim a mulher?!

sandes-de-coirato disse...

Acho mal que o Sousa Gomes tenha vindo defender a sua chefe de gabinete. Acho bem que a câmara responda ao Mirante mas nunca o Presidente em nome individual, especialmente da forma como o faz, dizendo "o alvo sou eu". Só vem deitar mais achas para a fogueira...

E depois, gosto sempre de ver como é que um homem faz rasgados elogios a um vereador na hora da saída para vir agora com esta suspeição. Nesta terra passa-se muito rapidamente de bestial a besta...

Anónimo disse...

Parece a guerra! O que aqui não faltam é atiradores! Mas pelo menos há um grande general à altura dos acontecimentos! Ele defende a mulher com garras e dentes.

Anónimo disse...

Diz Sousa Gomes "A minha chefe de gabinete está ao meu serviço há mais de 15 anos, foi nomeada entre funcionários do quadro da Câmara, para que se ficasse mais económico ao município."

A ganhar cerca de 500 contos por mês é ficar económico, vou ali e já venho, para ouvir estas tretas é preciso ter ouvidos de aço.

RoH disse...

bem, o que começou como um simples concurso público está rapidamente a transforma-se num circo. Já temos atiradores de facas, palhaços e malabaristas. Não sei o que falta mais, mas estou literalmente à espera de novos episódios...

Anónimo disse...

Já não vale a pena comentar isto!!!

Anónimo disse...
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